Ribeirāo Preto / SP - quinta-feira, 25 de abril de 2024

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O Excesso de tecnologia pode ser prejudicial?


Você está no restaurante e na mesa ao lado estão pais com uma criança de 2 anos que não pára quieta na cadeira, a mãe então tira rapidamente da bolsa um iPad, liga no mais novo video da Galinha Pintadinha e a criança fica paralisada, hipnotizada, e todos almoçam em paz. 

Sala de espera do consultório, abro a porta para chamar o próximo paciente, há gibis, brinquedos, playground, de 5 pacientes infantis na sala, 3 estão sentados com os olhos atentos ao celular em seus joguinhos e redes sociais.

Essas são situações corriqueiras atualmente, que aos olhos de pessoas mais velhas podem parecer estranhas, mas para a nova geração não provocam estranhamento.

Mas isso é saudável? Até que ponto? Existe um limite para a exposição das crianças a tanta tecnologia?

No Brasil, 76% das crianças entre 3 e 5 anos sabem ligar o computador ou tablet, 73% jogam online, 42% sabem usar um smartfone. Se extrapolarmos as estatísticas para crianças de 6 a 9 anos os números pulam para 62% participam do mundo digital, 54% estão no Facebook (que aliás, tem idade mínima de 13 anos), 21% têm e-mail.

Já existe comprovação de que a exposição infantil excessiva à tecnologia é prejudicial sim aos pequenos. De diversas maneiras.

Entre 0 e 2 anos, o cérebro da criança triplica de tamanho e continua seu desenvolvimento até os 21 anos de idade. O desenvolvimento inicial do cérebro é determinado por estímulos ambientais. Estímulos provocados pela exposição a tecnologias (smartfones, iPads, TV, internet) afetam negativamente seu desenvolvimento e podem causar déficit de atenção, atrasos cognitivos e de aprendizagem, aumento de impulsividade e da auto-regulação, ou seja, mais birras!

Em termos psico-cognitivos expõe a criança ao risco do desligamento do convívio e da interação social, provocando um afastamento da realidade com o entretenimento permanente. Além disso, pode desenvolver nela a incapacidade de lidar com o ócio. Sabe aquela agitação inexplicada, aquela insatisfação permanente, aquela criança que não consegue ficar parada um minuto? Pois então!

Pode também desenvolver a perda da criatividade e redução da capacidade de concentração, é a chamada Síndrome de “Demência Digital”, que ja tem sido relatada em criança em idade escolar. Há pesquisas que recomendam a proibição do uso de smartfones até os 12 anos de idade, pois privam as crianças de fatores importantes para seu desenvolvimento cerebral e físico, que seriam o movimento, toque, conexão e natureza. Por esse motivo foi comprovado que esses aparelhos contribuem para o desenvolvimento de retardo e doença mental como autismo, psicose, comportamento infantil problemático e deficit de atenção.

Outro importante alerta feito pelo Public Health England foi que, além de comprovar que as crianças estão desenvolvendo problemas de saúde mental decorrentes do excesso de tempo que passam na internet, aquelas que passam mais de quatro horas conectadas diariamente correm mais risco de desenvolverem problemas sociais, depressão, transtorno bipolar, transtorno de apego, ansiedade e baixa autoestima.

Em termos físicos encontramos dois grandes problemas: desenvolvimento de obesidade e privação de sono. 

O uso de TV e vídeo game está relacionado com desenvolvimento de sedentarismo e, consequentemente, aumento da obesidade desde 2005. Atualmente a incidência apenas aumenta com o aumento e melhoria dos aparelhos eletrônicos e a facilidade de acesso a eles. Crianças que possuem aparelhos eletrônicos em seus quartos têm 30% mais chance  de desenvolver obesidade. Não podemos deixar de lembrar de todos os malefícios que a obesidade traz consigo, diabetes, hipercolesterolemia, problemas ortopédicos, problemas cardiovasculares, hipertensão arterial, apneia do sono, bulling, diminuição da expectativa de vida.

Outro grande problema que a exposição excessiva à tecnologia provoca nas crianças é a privação do sono. A luz emitida pelos aparelhos boqueia a liberação do hormônio melatonina, produzido na glândula pineal, importante na regulação do ciclo vigília-sono e do metabolismo energético. Em pesquisa realizada no Boston College, constataram que 75% das crianças entre 9 e 10 anos são privados de sono e como consequência apresentam impacto negativo nas notas escolares. A Universidade da Califórnia, em Berkeley, realizo outra pesquisa que demonstrou que crianças que têm acesso smartfones e tablets antes de adormecerem, dormem em media, 21 minutos a menos que aquelas que não usam essa tecnologia à noite. Elas também relatam sentir-se mais prejudicada pela privação do sono. 

Dores de cabeça, alterações posturais e na visão são também prejuízos ja pesquisados e causados pelo excesso de exposição das crianças à tecnologia.

Portanto, as recomendações internacionais são:

De 0 a 2 anos - Nenhuma exposição a qualquer tipo de tecnologia

De 3 a 5 anos -  1 hora/dia - apenas TV com conteúdo não violento

De 6 a 12 anos - 2 horas/dia - apenas TV com conteúdo não violento

De 13 a 18 anos - 2 horas/dia - TV com conteúdo não violento e Dispositivos Portáteis (Smartfones, Tabletes), 

De 13 a 18 anos - 30 minutos/dia - Video Games com jogos não violentos/violentos

* Jogos online violentos ou com conteúdo pornográfico NUNCA são recomendados.

Um Beijo!

Dra Andresa


Como proteger as crianças dessa secura?

Oi mãezinhas!!!

Tudo bem com vocês?!

Mesmo nesse tempo seco? 

Difícil alguém que não sofra com as conseqüências da baixa umidade do ar, queimadas, poeira etc, não é mesmo?! As crianças, então, são geralmente as primeiras a apresentarem os cruéis sintomas dessa secura toda!

UMIDADE RELATIVA DO AR significa, em termos simplificados, quanto de água na forma de vapor existe na atmosfera no momento com relação ao total máximo que poderia existir, na temperatura observada. A umidade do ar é mais baixa principalmente no final do inverno e início da Primavera, no período da tarde, entre 12 e 16 horas. A umidade fica mais alta sempre que chove devido à evaporação que ocorre posteriormente, em áreas florestadas ou próximas aos rios ou represas e quando a temperatura diminui (orvalho). 

A umidade relativa do ar considerada ideal pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 60%. O corpo de um adulto consegue se adaptar sem dificuldades até os 40%. Mas abaixo de 50% já é mais difícil para uma criança se adaptar. Abaixo dos 30% já se considera estado de atenção. Imaginem vocês que no último sábado a umidade relativa do ar em Ribeirão Preto chegou a 12%! A mesma do deserto do Atacama no Chile, e ainda menor que em Bechar, na Argélia, no meio do deserto do Saara, onde o índice é de 14%. (carinha de espanto!)

A consequência desse clima pode provocar ardência e ressecamento dos olhos, boca e nariz e, principalmente, doenças respiratórias - o que se agravam ainda mais se a criança é alérgica. A pele também sofre bastante, e são comuns as pioras das dermatites atópicas (aquelas coceiras, principalmente em regiões de dobras - cotovelos e joelhos - pele avermelhada e ressecada com leve descamaçāo).  Outro sintoma comum decorrente da falta de água do organismo é a constipação intestinal. Como o intestino tende a reter mais água para melhorar a hidratação do restante do corpo, as fezes ficam mais ressecadas, dificultando a evacuação.

Portanto, aqui vão algumas dicas para proteger a saúde dos pequenos desses males:

  1. BEBER ÁGUA! - Essa é a principal e mais importante dica! É ideal que sejam oferecidas pequenas quantidades de hora em hora às crianças. 

 As mãezinhas que estão amamentando exclusivamente, atenção dobrada no aumento da   ingestão de água! É aumentando o SEU consumo de água que o consumo do SEU BEBÊ aumenta consequentemente!

  1. COMER FRUTAS RICAS EM LÍQUIDOS - como melancia, melão, laranja (também rica em vitamina C, são aliadas nas infecções de vias aéreas).
  2. SORO FISIOLÓGICO - Pingar soro em narinas e olhos, puro ou gelado, evita o ressecamento, hidrata e alivia o desconforto. Há diversas marcas disponíveis com aplicadores ante-mofo super práticos! Se optar pelo tradicional, não se esqueça de mantê-lo na geladeira após aberto!
  3. PASSAR HIDRATANTE NO CORPO - A pele das crianças também desidrata e resseca durante o tempo seco e precisa de cuidados como a nossa! Há linhas de produtos apropriados para os pequeninos, abuse deles!
  4. MANTENHA AMBIENTES UMIDIFICADOS - Utilize umidificadores de ar, toalhas molhadas nas portas e janelas, baldes ou bacias de água (sempre tomando o cuidado de estarem BEM fora do alcance das crianças!!), o que ajudar a aumentar a umidade do ar está valendo! Se optar pelos umidificadores, para evitar a proliferação de ácaros no ambiente, deixe-o bem arejado, abra portas e janelas quando o umidificador estiver desligado. E não se esqueça de sempre higieniza-lo muito bem antes do seu uso!! 
  5. VAPOR DO BANHO - Aproveite o vapor produzido pela água quente durante o banho para umidificar as vias aéreas. Faça deste momento uma brincadeira com seus filhos!  

Quanto às atividades físicas e recreativas, em 1991, o Cepagri/Unicamp adotou e divulgou uma escala empírica de Umidade como padrão de recomendação dos cuidados a serem tomados com a saúde e das ações da Defesa Civil. A escala passou então a ser utilizada rotineiramente durante a época de Primavera quando a baixa umidade do ar, além de indicar o perigo de incêndio em áreas vegetadas, pode comprometer seriamente a saúde humana.

CUIDADOS A SEREM TOMADOS

Entre 20 e 30% - Estado de Atenção

Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas

Umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins etc.

Sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas etc.

Consumir água à vontade.

Entre 12 e 20% - Estado de Alerta

Observar as recomendações do estado de atenção

Suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10 e 16 horas

Evitar aglomerações em ambientes fechados

Usar soro fisiológico para olhos e narinas

Abaixo de 12% - Estado de emergência

Observar as recomendações para os estados de atenção e de alerta 

Determinar a interrupção de qualquer atividade ao ar livre entre 10 e 16 horas como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência etc. 

Determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados como aulas, cinemas etc entre 10 e 16 horas 

Durante as tardes, manter com umidade os ambientes internos, principalmente quarto de crianças, hospitais etc.

Entretanto, continuo acreditando que água e soro no nariz não faz mal a ninguém, então, não esperem os números descerem! É melhor prevenir do que remediar!! 

Beijinhos e até semana que vem!

Dra Andresa


DOENÇAS EXANTEMÁTICAS - VOCÊ PRECISA CONHECER!

Olá mãezinhas!

Imaginem a seguinte situação: seu bebê começa com um resfriado, logo vem a febre, que dura três, quatro dias e de repente… manchas vermelhas por todo o corpo! Alguém se reconhece na cena? Claro, né?! Essa é uma situação comum nos consultórios, vivida por mães de crianças até a adolescência, e que gera muita insegurança e dúvida. 

São as famosas Doenças Exantemáticas. 

Exantema é o aparecimento de manchas vermelhas na pele, que nesse caso ocorre após uma infecção viral ou bacteriana, e pode ser disseminado ou localizado, pruriginoso ou não, em forma de pápulas (como picadas de insetos), manchas ou lesões bem pequenas, puntiformes. 

Hoje vou falar um pouquinho sobre algumas das doenças exantemáticas mais comuns na infância.  

Exantema Súbito

É também conhecido como roséola, febre de três dias, pseudo-rubéola ou sexta moléstia. Raro nos primeiros meses de vida, provavelmente pela proteção dos anticorpos maternos. acomete crianças entre 6 meses e 2 anos de idade. Transmitido por secreções orais e causada pelo herpevírus humano 6 (HHV-6). 

O início é súbito, com febre alta (39°-40°C) e extrema irritabilidade, em contraste com o bom estado geral; este quadro é acompanhado, em alguns casos, de sintomas ou sinais de comprometimento respiratório (tosse, coriza e/ou pneumonite) ou gastrintestinal (diarréia, dor abdominal). Após três a cinco dias há melhora brusca da febre e o aparecimento das manchinhas vermelhas no corpo, com sensível melhora do humor. O que se destaca neste caso, é o aparecimento de gânglios cervicais e/ou retroauriculares, hiperemia de orofaringe e edema palpebral. O diagnóstico é clínico na maioria dos casos e o tratamento deve-se restringir ao uso de medidas de suporte e de medicação sintomática (antitérmico), bem como à vigilância das complicações.

Enteroviroses não-pólio
São bastante comuns na infância, responsáveis por quadros clínicos algumas vezes significantes, acometem principalmente crianças de pouca idade.
Esses agentes podem levar ao aparecimento de surtos epidêmicos ou verdadeiras epidemias. Quem nunca enfrentou um surto de diarréia na escolinha ou creche de seu filho(a)? Transmitidas via fecal-oral ou respiratória. Os enterovírus não-pólio incluem os Coxsackie A e B, Echovirus e Enterovirus. A maioria dos pacientes apresenta infecções benignas, muitas delas assintomáticas ou com manifestações inespecíficas, tais como febre isolada, quadros exantemáticos, acometimento de diversos órgãos e sistemas, principalmente aparelho respiratório e trato gastrintestinal.

Ocasionalmente ocorrem síndromes clínicas características, como:

Síndrome mão-pé-boca :

causada pelo vírus Coxsackie, acomete principalmente crianças abaixo de 5 anos de idade, apresenta febre de intensidade variável, porém alguns casos podem ocorrer sem febre.

Habitualmente é acompanhada de estomatite (aftas na garganta) e gânglios cervicais. Surgem a seguir, em pés e mãos, lesões vesiculosas (como pequenas bolhas) branco-acinzentadas com base avermelhada, não pruriginosas e não dolorosas. Daí o nome “doença da mão – pé – boca”. As lesões podem aparecer também na área da fralda. Tem duração entre 5 e 7 dias.

Herpangina

causada pelo vírus Coxsackie A e B e Echovirus, em geral se manifesta abruptamente com febre alta (cerca de 40°C), dificuldade para engolir, falta de apetite, vômitos, diarreia, secreção abundante de saliva e dor de garganta. O período febril dura entre um e cinco dias e neste tempo surgem na faringe e na cavidade oral várias aftas. Os gânglios do pescoço também aumentam de volume e se tornam doloridos. Essa é uma das infecções com a qual temos que ser mais pacientes e empáticos com as crianças pois além de dolorosa é muito incômoda! A criança fica “chatinha” pois tem febre alta, fica indisposta, tem falta de apetite, não quer comer, tem muita dor de garganta (algumas babam muito pois não conseguem engolir a própria saliva!). Nessa hora é natural as mães se desesperarem, mas lembrem-se! Entendam suas crianças! Calma! Dêem suporte a elas! Passará em alguns dias!! 

Outras síndromes que podem ocorrer são: diarréias, faringite aguda, conjuntivite aguda, entre outras.

Da mesma forma, o diagnóstico das enteroviroses é clínico e para seu tratamento indica-se somente a administração de sintomáticos e medidas de suporte.

Dengue

Pode acometer qualquer idade.

Causada pelo arbovírus dengue, apresenta amplo espectro clínico, com destaque para duas formas clínicas principais: a febre clássica do dengue e a febre hemorrágica. Transmitida pela picada de mosquitos hematofágos do gênero Aedes, principalmente o Aedes aegypti. A clínica é ampla, variando desde formas assintomáticas, quadros febris indiferenciados e febre clássica do dengue, até formas graves com hemorragia, que podem evoluir ou não com choque. A forma clássica é mais freqüente em escolares, adolescentes e adultos e se caracteriza clinicamente por síndrome febril aguda, de início súbito, com febre alta, cefaléia, hiperemia conjuntival, dores no corpo, dor atrás dos olhos, dor articular e exantema. Podem ocorrer  sangramentos (gengiva, nariz, urina), mais freqüentes em adultos e que são de leve intensidade. A infecção em geral evolui bem, com duração de quatro a sete dias, podendo no entanto persistir a fadiga. Já os lactentes e os pré-escolares podem apresentar quadro febril inespecífico, acompanhado ou não de exantema. No dengue clássico o exantema, em 30% dos casos, surge após o declínio da febre, inicia-se no tronco e dissemina-se posteriormente, podendo acometer a região palmo-plantar acompanhado de prurido, mais intenso na fase de convalescença. O diagnóstico é clínico (exame físico e prova do laço) e laboratorial (hemograma e sorologia). Não há tratamento específico para o dengue, estabelecendo-se portanto apenas as medidas de suporte para a preservação das funções vitais do paciente.

Eritema Infeccioso

Também conhecida como Quinta Doença, pode acometer as crianças dos 2 anos aos 14 anos.  Causada pelo parvovírus humano B19, é transmitida pela via respiratória principalmente em comunidades fechadas (creches, escolas) e entre pessoas da mesma família, onde a taxa de ataque de infecção pode atingir 50% entre os susceptíveis. O exantema é a apresentação clássica da infecção e em geral não se acompanha de manifestações sistêmicas. No entanto, alguns pacientes podem referir febrícula, dor no corpo, dor de cabeça, náuseas, mal-estar precedendo o "rash" cutâneo, considerados pródromos e correspondentes à fase virêmica. Nos casos típicos da doença o exantema inicia-se pela face sob a forma de eritema difuso, com distribuição em “fácies esbofeteada”, com edema e vermelhidão de bochechas, as outras regiões da face, como o queixo e a região perioral, são poupadas. O diagnóstico se baseia nas características clínicas. Não há tratamento específico, sendo raros os casos que necessitam de medicação sintomática, restrita aos analgésicos, principalmente em adultos com artralgias ou mialgias.

Escarlatina

Depois de tanto falar de vírus, enfim uma doença causada por bactéria e que tem tratamento específico! 

A escarlatina, em sua maioria, tem como causa uma das várias toxinas produzidas pelo Streptococcus b-hemolítico do grupo A de Lancefield (o mesmo que preferencialmente causa as famosas amigdalites). Os Streptococcus dos outros grupos, especificamente dos grupos C e G, também podem ser causa de escarlatina. A doença é mais freqüentemente associada com faringite estreptocócica, podendo, em situações mais raras, acompanhar quadros de lesões infectadas de pele. Incide principalmente em crianças pré-escolares e escolares, sendo rara em lactentes; este fato decorre de possível persistência de anticorpos maternos protetores nessa faixa etária, ou ainda de imaturidade imunológica. É transmitida principalmente de uma pessoa para outra ou de um determinado local do organismo para outro. As manifestações clínicas iniciam-se de forma abrupta, com febre alta, dor de garganta, faringite, gânglios cervicais e submandibulares, podendo ocorrer vômitos e cefaléia. Este período dura cerca de 12 a 48 horas, quando surge o exantema. O exantema é difuso, vermelho intenso que clareia à dígito-pressão, dando a sensação de lixa ao toque. Inicia-se na região torácica, com rápida disseminação para o tronco, pescoço e membros, poupando as palmas das mãos e plantas dos pés. Acompanha-se de alguns sinais característicos:
palidez perioral, língua em framboesa após o terceiro dia, petéquias nas dobras articulares, descamação de pele após cinco a sete dias do princípio do quadro. As manifestações características da escarlatina fazem com que o diagnóstico seja estabelecido, na maior parte dos casos, com base nos achados clínicos. O tratamento é feito com antibióticos.

Bom, mãezinhas, mas não se esqueçam, SEMPRE PROCUREM AVALIAÇÃO DO PEDIATRA ! É muito importante que seus bebês sejam sempre avaliados por bons profissionais e bem acompanhados!

Boa semana!

Beijinhos ;-)



AMAMENTAÇÃO - UMA VITÓRIA!!

Olá mãezinhas!

Estamos na Semana Mundial de Amamentação! Do dia 01 a 07 de agosto comemoramos mundialmente o Aleitamento Materno! A Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA) escolheu como slogan nesse ano: Uma Vitória - para toda Vida! (que particularmente adorei!), e ressalta a importância de aumentar e manter o apoio, a promoção e a proteção a amamentação.
Tudo a ver conosco, né?!
Então hoje vamos falar de… Amamentação, claro!


Na prática de consultório, noto que poucas mulheres têm a sorte de enfrentar a amamentação como algo “natural”, sem a necessidade de nenhuma ajuda para o sucesso completo. E não digo que isso é uma adversidade da vida moderna; há relatos que em 1982, no Quênia, muitas mulheres usavam alimentação artificial precocemente (leite de vaca, leites artificiais, cereais diluídos, água com açúcar ou mesmo apenas água).

O que acontece então??

Vamos nos lembrar da anatomia e fisiologia das mamas, como tudo funciona?!
A mama na gravidez é preparada para a lactação sob a ação de diferentes hormônios; estrogênio (responsável pela ramificação dos ductos lactíferos), progestogênio (responsável pela formação dos lóbulos), prolactina (responsável pela secreçāo do leite materno). Apesar da secreção da prolactina estar muito elevada na gestação, a mama não secreta leite pois existe um outro hormônio produzido pela placenta que inibe sua ação, o lactogênio placentário. Com o nascimento do bebê e a expulsão da placenta, os níveis sanguíneos desse hormônio e progestogênios maternos caem e consequentemente há a liberação da prolactina, que estimula a produção do leite, e da ocitocina durante a sucção, que será responsável pela expulsão do leite.

A “descida” do leite costuma ocorrer no terceiro ou quarto dia, acontecendo mais rapidamente nos partos normais e um pouquinho mais demorada nos partos cesarianos e ocorre MESMO SEM A SUCÇÃO DA CRIANÇA AO SEIO. A secreção do leite aumenta menos de 100 ml/dia no inicio da lactação para aproximadamente 600 ml no quarto dia, e o volume produzido na lactação já estabelecida varia de acordo com a demanda da criança, sendo em media 850 ml ao dia. Em geral, A CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE LEITE DA MÃE É MAIOR QUE A DEMANDA DE SEU FILHO.

Esse é o primeiro estresse enfrentado pelas mãezinhas! Uma conjunção de fatores o favorecem:
nos primeiros 10 dias é normal o bebê perder até 10% do peso de nascimento;
a desinformação quanto a fisiologia da mama;
as rotinas hospitalares em muitas maternidade favorecem a introdução precoce de suplementos ou o desmame;
muitas mãezinhas não têm a mama totalmente preparada logo ao nascimento e enfrentam dores, rachaduras, e não estão treinadas para a técnica adequada da amamentação (só faltava essa! Ainda por cima precisa de técnica para amamentar?! SIM!!! Veja figuras abaixo!)


Portanto surgem as dúvidas: “Meu leite não vai descer nunca?” “Preciso iniciar o complemento logo? Meu bebê está perdendo peso!”
Nesse momento é muito importante ter CALMA, PACIÊNCIA e PERSISTÊNCIA! Procurar SEMPRE apoio e ajuda de seu pediatra, obstetra, enfermeiros,seus familiares, bancos de leite, se orientar e lembrar-se que essa fase irá passar! Com técnica, calma e persistência!

Vamos continuar na fisiologia da mama… Após a descida do leite entramos na fase de galactopoiese, que persiste por toda a lactação. Nessa fase a tal “técnica e calma” são IMPRESCINDÍVEIS! Pois aqui a lactação depende primordialmente da sucção do bebê e do esvaziamento da mama. QUALQUER FATOR QUE LIMITE O ESVAZIAMENTO DAS MAMAS PODE DIMINUIR A PRODUÇÃO DO LEITE!
Mamadas muito curtas, o não esvaziamento completo das mamas, deixar o bebê dormir nas mamas e encurtar o período de tempo entre as mamadas, o famoso “ficar chupetando”, colocar o bebê para mamar ao som de qualquer choro ou resmungo antes mesmo de diferenciá-los de fome, TUDO ISSO ATRAPALHA O ALEITAMENTO POR DIMINUIR A PRODUÇÃO! Além disso, a concentração de gordura no leite (consequentemente o teor energético) aumenta no decorrer de uma mesma mamada. Assim, no fim dela há mais gordura, o leite “sustenta mais”. Então cria-se um círculo vicioso… O bebê mama pouco e rapidinho, estimula pouco a mama e a produção de mais leite, mama um leite com pouca gordura, fica pouco satisfeito e não esvaziou completamente a mama (o que também prejudica a produção do leite!). Rapidinho ele acorda com fome (imagina se você comesse alface o dia todo! Iria comer toda hora, né?!) e repete todo o ciclo acima… e assim a produção do seu leite vai diminuindo!

Com tudo isso acontecendo entramos em outro entrave, com diversas e curtas mamadas, um bebê sempre requisitando a mãe, esta inicia uma nova fase de estresse! A liberação de ocitocina pode ser inibida por fatores como dor, desconforto, estresse, ansiedade, medo, insegurança, falta de confiança, refletindo na inibição da ejeção do leite e prejudicando a lactação. Por outro lado, sua liberação, provocada pelo estímulo da sucção, também ocorre em resposta a estímulos condicionais, tais como visão, cheiro, choro da criança, fatores emocionais como motivação, autoconfiança e tranquilidade.

Portanto, mãezinhas, não se esqueçam:
Amamentar exige técnica! Pegue firme com ela!
Tenha sempre muita calma e paciência!
Busque apoio com seu pediatra, obstetra, familiares e pessoas queridas!
Mantenha sempre um ambiente tranquilo na hora da amamentação!
INFORME-SE COM SEU MÉDICO antes de tomar qualquer atitude! Na maioria das vezes o que nos traz ansiedade e achamos que está errado é apenas uma fase de adaptação normal!

Boa semana a todas e boas mamadas!!

Beijinhos

Lopez F, Campos Jr. D de Tratado de Pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria - Barueri,SP: Manole,2007
http://www.worldbreastfeedingweek.org
http://www.redeblh.fiocruz.br/media/cd03_13.pdf


AMAMENTAR PROTEGE!!


Olá mãezinhas!

Em nosso último papo falamos sobre dificuldades encontradas na hora de amamentar. Mas, apesar de tudo, porque é tão importante oferecer ao seu bebê o aleitamento materno?

Em anos recentes, põe-se em destaque a importância de se iniciar precocemente a amamentação. Um estudo realizado em Gana analisou dados de 11.316 crianças não gêmeas nascidas entre julho de 2003 e junho de 2004, sobreviventes ao segundo dia após o nascimento e que haviam iniciado a amamentação. Os principais achados apontam que a amamentação precoce pode levar a uma considerável redução na mortalidade neonatal. Essa mortalidade poderia ser reduzida em 16,3% se todas as crianças iniciassem a amamentação no primeiro dia de vida, e em 22,3% se a amamentação ocorresse na primeira hora. Isso se deveria porque (1) as mães que amamentam logo após o parto têm maior chance de serem bem sucedidas na prática da amamentação; (2) os alimentos pré-lácteos, comumente oferecidos aos bebês antes da amamentação, podem ocasionar lesões no intestino imaturo; (3) o colostro acelera a maturação do epitélio intestinal e protege contra agentes patogênicos; (4) o contato pele a pele previne a ocorrência de hipotermia.
Um outro estudo, holandês, evidenciou que crianças nascidas de parto normal domiciliar e amamentadas exclusivamente apresentam uma flora intestinal benéfica, o que protegeria a mucosa intestinal contra os agentes patogênicos. Sabe-se hoje que vários tipos de substâncias presentes no leite materno, conhecidos como agentes pré-bióticos, estimulam a colonização do intestino por microorganismos benéficos. Esses agentes atuam na primeira etapa essencial da patogênese ao impedir que um microorganismo se fixe na parede celular.
Além disso, o contato pele a pele desencadeia uma série de eventos hormonais importantes para a relação mãe/bebê. O toque, o odor e o calor estimulam o nervo vago e isto, por sua vez, faz com que a mãe libere ocitocina, hormônio responsável, entre outras ações, pela saída e ejeção do leite. Esse hormônio faz com que a temperatura das mamas aumente e aqueça o bebê, reduz a ansiedade materna, aumenta sua tranqüilidade e responsividade social. Portanto, amamentar aumenta o apego entre mãe e filho, as mães que optam por amamentar aparentam ser mais responsivas aos sinais de suas crianças durante o processo de interação no início da vida (o que além de ser gostoso, não deixa de ser outro fator de proteção à criança, não é verdade?)

E na saúde da criança? Qual a importância da amamentação?
Estimativas recentes mostraram que a promoção do aleitamento materno exclusivo é a intervenção isolada em saúde pública com o maior potencial para a diminuição da mortalidade na infância. Isso porque ela atua em problemas de saúde relevantes para as crianças.
Já na década de 80 sabia-se que crianças amamentadas que não recebiam outro leite além do materno, ao serem comparadas com crianças desmamadas, apresentaram risco 14 vezes menor de morrer por diarréia no primeiro ano de vida. Ao se estudar apenas as crianças menores de dois meses de idade, o risco entre as desmamadas era 23 vezes maior quando comparadas às amamentadas.
Ao oferecer seu leite ao seu bebê, você oferece juntamente anticorpos chamados IgA, resultantes da exposição prévia da mãe a fatores infecciosos. As IgAs têm importante papel na prevenção e proteção a infecções de ouvido e pulmão por impedir que agentes patogênicos se fixem nas células da criança amamentada e reduzir danos causados pela inflamação. Crianças não amamentadas apresentaram risco 17 vezes maior de serem internadas por pneumonia do que as que recebem apenas leite materno. A não-amamentação afeta ainda mais as crianças abaixo de três meses de idade, cujo risco relativo para internação por pneumonia é de 61%, segundo estudo realizado em Pelotas - Rio Grande do Sul. Amamentar também protege contra bronquiolite, asma, alergias respiratórias e infecções urinárias.
Outro grande ganho ao amamentar vem do fato de que a amamentação exclusiva reduz a síndrome da morte súbita. O papel da amamentação como mecanismo de proteção contra morte súbita ainda não foi completamente elucidado. Entre as possíveis explicações estão a menor incidência de infecções, as mamadas freqüentes e o contato mais estreito entre mãe e criança.


E a longo prazo?
Bem estabelecida está a relação de proteção do aleitamento materno contra sobrepeso/obesidade nas crianças amamentadas. A obesidade se tornou uma epidemia global e dados do IBGE demonstram que uma em cada três crianças brasileiras com idade entre 5 e 9 anos está acima do peso. Uma revisão de estudos que visavam avaliar a relação entre obesidade em crianças maiores de 3 anos e tipo de alimentação no início da vida constatou que a maioria encontrou risco menor de sobrepeso/obesidade em crianças que haviam sido amamentadas. Importante estudo realizado em 1999, na Bavária, com crianças de 5 a 6 anos de idade com sobrepeso e obesidade, demonstrou que quanto maior o tempo em aleitamento materno, menor a chance de iniciarem sobrepeso/obesidade. Crianças nunca aleitadas em seio materno apresentavam 12,6% de prevalência de sobrepeso e 4,5% de obesidade. Esses números caíram para 5% e 0,8% respectivamente em crianças que haviam mais de 12 meses de aleitamento materna.
Entre os possíveis mecanismos implicados nessa proteção, encontram-se um melhor desenvolvimento da auto-regulação de ingestão de alimentos das crianças amamentadas e a composição única do leite materno, que altera o número e/ou tamanho das células de gordura ou induz o fenômeno de diferenciação metabólica, acarretando um efeito duradouro, persistente ao longo da vida do indivíduo, na prevenção de doenças como obesidade, hipertensão, doença cardiovascular e diabetes tipo 2.
Há vários relatos na literatura sobre o papel do aleitamento materno na redução do risco de certas doenças auto-imunes, doença celíaca, doença de Crohn, colites, linfoma, doença de Hodgkin e leucemia. A exposição precoce ao leite de vaca (antes dos 4 meses) é considerada importante determinante de diabetes mellitus tipo 1, podendo aumentar o risco de seu aparecimento em 50%.
Há dados também sobre a influência do aleitamento materno a longo prazo nos níveis pressóricos quando adultas. Indivíduos que foram amamentados mostram níveis mais baixos da pressão arterial.
A maioria dos estudos publicados sobre aleitamento materno e desenvolvimento cognitivo conclui que as crianças amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto quando comparadas às não-amamentadas. Essa vantagem foi observada em diferentes faixas etárias, até mesmo em adultos. Alguns defendem a presença de substâncias no leite materno que otimizariam o desenvolvimento cerebral, outros acreditam que fatores comportamentais ligados ao ato de amamentar estão envolvidos na associação da questão.

Portanto, mãezinhas, o aleitamento materno pode melhorar a qualidade de vida das famílias, uma vez que as crianças amamentadas adoecem menos, necessitam de menos atendimento médico, hospitalizações e medicamentos, além de protegê-las futuramente contra doenças na idade adulta. Não é o máximo?!

Beijinhos e até semana que vem!


SALTOS E PICOS DO DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento e o crescimento do bebê no primeiro ano e além podem provocar alterações no seu sono. Veja como saltos de desenvolvimento, picos de crescimento e angústia de separação podem interferir no sono.
O primeiro ano da criança é uma fase de mudanças extraordinárias para toda a família. Esse período é excitante e desafiador, quando bebês aprendem a comunicar suas necessidades e pais aprendem como atendê-las.
Você pode pensar que o desenvolvimento do seu bebê (como aprender a rolar, engatinhar e andar) e seu crescimento não tem nada a ver com o sono, mas a verdade é que caminham juntos! Abaixo uma descrição dos fenômenos chamados saltos de desenvolvimento, picos de crescimento e angústia de separação.
Saltos de desenvolvimento
Saltos de desenvolvimento são aquisições de habilidades funcionais específicas que ocorrem em determinados períodos. O ritmo de desenvolvimento não é constante: há alguns períodos de desenvolvimento acelerado e outros onde há uma desaceleração.
Toda vez que seu bebê desenvolve uma nova habilidade, ele fica tão excitado e obcecado com a conquista que a quer praticar o tempo todo, inclusive durante o sono. Em outras palavras, um dos ‘efeitos colaterais’ desse trabalho todo que o cérebro dos bebês está fazendo é que eles não dormem tão bem quanto o fazem em períodos que não estão trabalhando em dominar uma nova habilidade. Eles podem até resistir às rotinas já estabelecidas.
No período que imediatamente antecede o chamado salto de desenvolvimento, o bebê repentinamente pode se sentir perdido no mundo, pois seus sistemas perceptivo e cognitivo mudaram, houve uma maturidade neurológica, mas não tempo hábil para adaptação às mudanças. Então o mundo lhe parece estranho, e o resultado da ansiedade gerada é geralmente desejar voltar para sua base, ao que já lhe é conhecido, ou seja, a mamãe! Em vista disso, é comum ficarem mais carentes, precisando de mais colo, e com frequência há também alterações em seu apetite e sono.
Então, nessas fases, é preciso apenas ter um pouco de paciência e empatia com o bebê - depois do processo de aquisição da nova habilidade (como rir, engatinhar, sentar, interagir, andar) o bebê dá um salto no desenvolvimento e demonstra felicidade com o final da ‘crise’. Ou seja, por um lado, o bebê fica feliz com a nova habilidade e independência que vem junto, e já é capaz de se afastar um pouco da mamãe. Por outro lado, sente angústias e receios com essa nova situação. Isso lhe traz sentimentos dúbios: é como uma ‘dança louca’ entre separação e apego, onde o bebê irá flutuar entre os dois por um período.
A duração de cada salto é variável, mas geralmente depois de algumas semanas a fase difícil passa e tudo volta à normalidade. Bebês e crianças precisam de cuidados amorosos, empatia e novas experiências, e não de brinquedos caros. Fale com seu bebê, cante, brinque com ele, leia para ele. São atividades chave para o desenvolvimento do cérebro. Os saltos no desenvolvimento não cessam na infância, mas continuam até a adolescência. (1-2).
Essas aquisições ocorrem em vários aspectos: desenvolvimento motor (aprender a usar grupos de músculos para sentar, andar, correr, ter equilíbrio corporal, mudar de posições e outros), desenvolvimento do controle motor fino (usar as mãos para comer, desenhar, se vestir, tocar um instrumento, escrever, e tantas outras coisas), linguagem (desenvolvimento da fala, uso de linguagem corporal e gestos, comunicação e entendimento do que outros dizem), desenvolvimento cognitivo [nos dois primeiros anos de acordo com Piaget ocorre o desenvolvimento sensório-motor, que inclui habilidades de pensamento como aprendizado, entendimentos, resolução de problemas, raciocínio e memória (3)] e desenvolvimento social (interagir e se relacionar com familiares, amigos e professores, mostrar cooperação e empatia).
Certa variação entre crianças é esperada, mas uma cronologia observada experimentalmente dos períodos de saltos de desenvolvimento é a seguinte:
- 5 semanas (1 mês): a visão do bebê melhora, ele consegue ver padrões em branco e preto, passa a se interessar mais pelo ambiente que o rodeia e consegue seguir objetos brevemente com os olhos. Passa ficar acordado por períodos um pouco maiores (cerca de 1 hora ou pouco mais entre as sonecas). É também nessa época que bebê começa a chorar com lágrimas e sorrir pela primeira vez ou com mais frequência do que antes.
- 8 semanas (quase 2 meses): diferenças nos sons, cheiros e sabores ficam mais perceptíveis. Ele percebe que as mãos e os pés pertencem ao corpo e começa a tentar controlar estes membros. O bebê começa também a experimentar com sua voz. É também nessa fase que o bebê começa a mostrar um pouco de sua personalidade: é agora que os pais começam a reparar quais coisas, cores e sons o bebê gosta mais. Depois desse salto o bebê vai poder virar a cabeça na direção de algo interessante e emitir sons conscientemente. Todas essas novas experiências trazem insegurança ao bebê que provavelmente procura mais o conforto do peito da mãe. Isso pode deixar a mãe preocupada se produz leite materno suficiente, o que não procede, já que a produção se ajusta à demanda (ver abaixo também sobre picos de crescimento).
- 12 semanas (quase 3 meses): o bebê descobre mais nuances da vida: nessa idade o bebê já pode enxergar todo um cômodo da casa, vira-se quando ouve sons altos, e consegue juntar suas mãos. Vai observar e mexer no rosto e cabelo dos pais e vai perceber que pode gritar. Depois do salto o bebê praticamente não vai mais precisar de apoio para manter a cabeça erguida. Como nos outros saltos, os pais são o porto seguro do mundo do bebê e ele se apoia nisso. Ele pode começar a reagir de maneira diferente fora de casa ou no colo de um estranho. Ao mesmo tempo que o bebê tem uma grande curiosidade em reparar no mundo que o rodeia, ele também é muito sensível às novidades e por isso se sente mais confortável e seguro nos braços dos pais.
- 19 semanas (4 meses e meio): por volta da 14ª. até a 17ª. semanas o bebê pode parecer mais ‘impaciente’. Esse é um dos saltos mais longos: dura cerca de 4 semanas, podendo porém se estender por até 6 semanas. O bebê chora mais, apresenta mudanças extremas de temperamento e quer mais atenção e colo. Consegue alcançar e pegar um brinquedo, sacudi-lo e colocá-lo na boca, passá-lo de uma mão para outra. Pode ganhar o primeiro dente. Os sons que o bebê emite se tornam mais nítidos e complexos, consegue fazer alguns sons como ‘baba’, ‘dada’. Tudo cheira, soa e tem gosto diferente agora. Dorme menos. Estranha as pessoas e busca maior contato corporal quando está sendo amamentado. Depois desse salto o bebê vai poder virar de costas e de barriga para baixo, e vice-versa, se arrastar pra frente ou pra trás, olhar atentamente para imagens num livro; reagir ao ver seu reflexo no espelho e reconhecer seu próprio nome.
Esse é um dos saltos de desenvolvimento mais significativos e em que um maior número de mães costuma relatar alterações no sono. Provavelmente porque o padrão de sono parecia entrar num ritmo desde que o bebê nasceu, e essa alteração é vista como uma ‘regressão’, na qual o bebê tende a acordar bastante por algumas semanas enquanto está trabalhando no salto. E uma vez que esse salto está completo há somente 1 ou 2 semanas antes de começar a trabalhar no próximo (das 26 semanas), é um longo período de sono ruim e bebê irritado nesse estágio da vida.
- 26 semanas (6 meses): Já na 23ª semana o bebê parece se tornar mais ‘difícil’. Ele busca maior contato corporal durante as brincadeiras. O bebê já consegue coordenar os movimentos dos braços e pernas com o resto do corpo. Senta sem apoio e põe objetos na boca. Nessa idade ele começa a entender que as coisas podem ficar dentro, fora, em cima, embaixo, atrás, na frente, e usa isso em suas brincadeiras. Ele passa a entender que quando a mamãe anda, ela vai se afastar e isso o assusta, então reclama quando a mãe sai de perto. Depois desse salto o bebê vai ficar interessado em explorar a casa, armários, gavetas, achar etiquetas, levantar tapetes para olhar o que tem embaixo. Ele se vira para prestar atenção nas vozes, consegue imitar alguns sons, rola bem em ambas direções e começa a se apoiar em algo para ficar de pé. Adquire maturidade para receber alimentos sólidos. Essa fase pode durar cerca de 4-5 semanas.
- 30 semanas (7 meses): o bebê tenta se jogar adiante para alcançar objetos, bate um objeto em outro. Pode começar a engatinhar, a falar algumas sílabas e entende melhor o conceito de permanência das coisas. Pode fazer sinal de tchau. Sente ansiedade com estranhos.
- 37 semanas (8 meses e meio): o bebê fica ‘temperamental’, tem mudanças frequentes em seu humor, de alegre para agressivo e vice-versa, ou de exageradamente amoroso para ataques de raiva em questão de momentos. Chora com mais frequência. Quer ter mais atividades e protesta se não as tem! Não quer que troquem sua fralda, chupa seus dedos. Protesta quando o contato corporal é interrompido. Dorme menos, tem menos apetite, movimenta-se menos e “fala” menos. Às vezes senta-se quieto e sonha acordado. O bebê agora começa a explorar as coisas de uma forma mais metódica. Passa a entender que as coisas podem ser classificadas, por exemplo, sabe o que é comida e o que é animal, seja ao vivo ou em um livro. Fala "mamá" e"papá" sem distinção de quem é a mãe ou o pai. Engatinha, aponta objetos, procura objetos escondidos, usa o polegar e dedo indicador para segurar objetos.
- 46 semanas (quase 11 meses): o bebê percebe que existe uma ordem nas coisas e atitudes, por exemplo, que se colocam sapatos nos pés e brinquedos nos armários. Ganha então uma consciência de suas próprias atitudes. Ao invés de separar objetos, passa a juntá-los. Depois desse salto o bebê vai poder apontar para algo ou pessoa a pedido seu, vai querer ‘falar’ no telefone e enfiar chaves nos buracos de chave, procurar algo que você escondeu, tentar tirar a própria roupa. Fala "mamá" e "papá" para a mãe ou pai corretamente. Levanta-se por alguns segundos, movimenta-se mais, entende o "não" e instruções simples.
- 55 semanas (quase 13 meses): geralmente a fase em que o bebê começa a andar - um salto no desenvolvimento bem significativo. Fala mais palavras do que "mama" e "papa". Rabisca com giz.
- 64 semanas (quase 15 meses): o bebê combina palavras e gestos para expressar o que precisa, come com as mãos, esvazia recipientes, coloca tampas nos recipientes apropriados, imita as pessoas, explora tudo que estiver à sua frente, inicia jogos, aponta partes do corpo quando perguntado, responde a algumas instruções (por exemplo, “me dá um beijo”), usa colher e garfo, empurra e puxa brinquedos enquanto anda, joga bola, anda de marcha a ré.
- 75 semanas (17 meses): o bebê usa cerca de 6 palavras regularmente, gosta de jogos de imitação, gosta de esconder brinquedos, alimenta uma boneca, joga bola, dança, separa brinquedos por cor, formato e tamanho. Olha livros sozinho e rabisca bem.
Picos de crescimento
Picos de crescimento são fenômenos que se referem ao crescimento do bebê em si, e não ao seu desenvolvimento. Nos períodos de picos os bebês começam a solicitar mais mamadas do que o usual, pois precisam de mais alimento para crescer nesse ritmo agora mais acelerado. Então o bebê que dormia longos períodos à noite pode começar a acordar mais e solicitar mais mamadas. Esta necessidade geralmente dura de poucos dias a uma semana, seguido de um retorno ao padrão menor de mamadas, mas agora com o organismo da mãe adaptado a produzir mais leite.
É muito importante respeitar a demanda aumentada de mamadas, pois somente com a livre demanda é que a produção de leite materno se ajusta perfeitamente às necessidades do bebê.
Nesses períodos a mãe pode interpretar incorretamente a maior demanda de mamadas do bebê - ela pode achar que seu leite não está sendo suficiente, ou que está ‘fraco’ e pensar que a solução para a situação é oferecer complemento de leite artificial. Porém, é um erro oferecer mamadeiras com leite artificial nesses períodos, pois isso prejudica o equilíbrio perfeito da natureza de produzir o leite conforme a demanda de mamadas. Em outras palavras, ao dar leite artificial perde-se um estímulo poderoso no peito, o organismo assim entende que não precisa daquela mamada, e passa a produzir menos e não mais como é necessário!
Períodos comuns dos picos de crescimento ocorrem por volta dos 7-10 dias, 2-3 semanas, 4-6 semanas, 3 meses, 4 meses, 6 meses e 9 meses e além. Os picos continuando acontecendo no decorrer do crescimento da criança, incluindo a adolescência, momento em que mudanças físicas e emocionais são mais notáveis.
Dra. Jeny Thomas, médica e consultora de amamentação, afiliada a Associação Americana de Pediatria e a Academia de Medicina da Amamentação reflete sobre acreditar na capacidade de amamentar o bebê:
"A maioria das mulheres não acredita que seu corpo que gerou esse lindo bebê seja capaz de amamentar o mesmo bebê. As pesquisas mostram que uso de complemento e desmame precoces estão aumentando. Por que não acreditamos no nosso corpo no pós-parto? Não sei. Mas ouço todos os dias que a mãe está complementando porque "meu leite não o satisfaz, não é suficiente." Claro que é. Bebês precisam mamar o tempo todo- e precisam estar contigo o tempo todo. Essa é sua satisfação máxima.
Um bebê mamando no peito de sua mãe está obtendo componentes para desenvolvimento de seu sistema imune, ativando seu timo, se aquecendo, se sentindo quentinho e confortável, seguro de predadores, tendo padrões de sono normais e ativando seu cérebro (ah, e inclusive) adquirindo alimento para esses processos. Eles não estão somente "famintos" – eles estão obedecendo seus instintos de sobrevivência." (4)
Ansiedade de separação
A partir de 6 a 8 meses, em média, o bebê começar a perceber que é um indivíduo separado da mãe. Essa descoberta lhe traz angústia e pânico, então ele tende a solicitar muita atenção da mãe e pode chorar mais que o usual. Essa fase se completa num longo processo que continua a se manifestar de uma forma ou outra até os dois a três anos, ou até os cinco anos, de acordo com outros especialistas.
É preciso levar a sério a intensidade dos seus sentimentos. O bebê não está “chatinho”, “grudento” nem “manhoso”. Como a mãe é o seu mundo e representa sua segurança, e como a noção de permanência (ou seja, tudo que está longe do campo de visão) não está completamente estabelecida, essa angústia é muito acentuada. A maioria das conexões nervosas no cérebro são feitas na infância e a maneira com que lidamos com as emoções do bebê tem um efeito profundo em como essas conexões se refletirão na capacidade do bebê lidar com suas próprias emoções quando for adulto. Em outras palavras, experiências na primeira infância e interação com o ambiente são as partes mais críticas no desenvolvimento do cérebro da criança. (5)
O sistema de angústia da separação, localizado no cérebro inferior, está geneticamente programado para ser hipersensível. Nos primeiros estágios da evolução humana era muito perigoso que o bebê estivesse longe da sua mãe. Se não chorasse para alertar seus pais do seu paradeiro, não conseguiria sobreviver.
Então, quando o bebê sofre pela ausência dos seus pais, no seu cérebro ativam-se as mesmas zonas que quando sofre uma dor física. Ou seja, a linguagem da perda é idêntica à linguagem da dor. Não tem sentido aliviar as dores físicas, como um corte no joelho, e não consolar as dores emocionais, como a angústia da separação. Mas, infelizmente, é isso o que fazem muitos pais, por não conseguirem aceitar que a dor emocional de seu filho é tão real como a física. Essa é uma verdade neurobiológica que todos deveríamos respeitar.
O desenvolvimento dos lóbulos frontais inibe naturalmente esse sistema de angústia de separação.
É importante entender que o período "crítico" de desenvolvimento emocional e social ocorre nos primeiros 18 meses da criança. A parte do cérebro que regula as emoções, a amídala, é formada cedo de acordo com as experiências que o cérebro recebe. O desenvolvimento de um vínculo emocional, empatia e confiança, e todos os aspectos da inteligência emocional fornecem o fundamento para desenvolvimento de outros aspectos emocionais conforme a criança cresce. Então, nutrir emocionalmente e responsivamente o bebê é importante para que a criança aprenda empatia, felicidade, otimismo e resiliência na vida.
O desenvolvimento social, que envolve auto-consciência e capacidade da criança de interagir com outros, também ocorre em etapas. Por exemplo, compartilhar brinquedos é algo que um cérebro de uma criança de 2 anos não está completamente desenvolvido para fazer bem! Então não se zangue com seu filho menor de 2 anos que não quer dividir os brinquedos. Esta capacidade social é mais comum e positiva em crianças maiores de 3 anos.(6)
Então, se se a mãe tiver que se afastar do filho pequeno para trabalhar ou por outro motivo, muito carinho, conversa, paciência e coerência nas atitudes são necessários para que ele continue tendo confiança nela e supere esse período de crise. É também muito importante certificar-se que o bebê criou um vínculo afetivo com o outro cuidador. (7)
Alguns estudos detectaram alterações a longo prazo do eixo Hipotálamo-Hipófise- Adrenal do cérebro infantil devido a separações curtas, quando a criança fica aos cuidados de uma pessoa desconhecida. Esse sistema de resposta ao estresse é fundamental para nossa capacidade de enfrentar bem o estresse na vida adulta é muito vulnerável aos efeitos adversos do estresse prematuro. (8)
Algumas pessoas justificam sua decisão de deixar o bebê desconsolado como uma forma de “inoculação de estresse”, o que significa apresentar ao bebê situações moderadamente estressantes para que aprenda a lidar com a tensão. Aqueles que afirmam que os bebês que choram por um prolongado período de tempo só sofre um estresse moderado estão enganando a si mesmos, pois livrar-se do bebê ou não consolá-lo (durante o dia ou a noite, quando choram ou pedem mais mamadas ou colo do que o usual) pode resultar em efeitos adversos permanentes no cérebro da criança. Ela pode sentir pânico, o que significa um aumento importante e perigoso das substâncias estressantes no seu cérebro, podendo resultar em uma hipersensibilização do seu sistema de medo, o que lhe afetará na sua vida adulta, causando fobias, obsessões ou comportamentos de isolamento temeroso. (9).
Algumas idéias práticas para reduzir a Angústia de Separação no seu bebê estão no artigo prévio sobre retorno ao trabalho e sono do bebê (link: http://guiadobebe.uol.com.br/retorno-ao-trabalho-e-o-sono-do-bebe-como-fica/), como praticar separações rápidas e diárias, evitar a transferência de colo para colo e entender a ansiedade de separação como um sinal positivo.
Além disso, nessa fase, procure passar todo tempo possível com seu bebê, principalmente se trabalha fora. Separe os momentos logo após o reencontro do dia de trabalho para ter dedicação exclusiva a ele. Sente confortavelmente, faça contato olho no olho, amamente, interaja com seu bebê. Você pode estar cansada e estressada depois da longa jornada de trabalho, mas se conseguir um pouco de energia para receber seu bebê com alegria, você também se sentirá melhor após alguns minutos de uma reconexão significativa. Somente depois pense no jantar, no banho e outros afazeres. Considere promover proximidade na hora de dormir se suspeita que o bebê tem acordado mais a noite por estar passando por um pico de ansiedade de separação.
Outras mudanças
Alguns acontecimentos, como o nascimento de um irmãozinho/a, introdução de alimentos novos (veja dicas de alimentação que promove o sono no artigo -link: http://guiadobebe.uol.com.br/comer-bem-para-dormir-bem/), o retorno da mãe ao trabalho e entrada em creche (veja o artigo prévio sobre esse tema - link: http://guiadobebe.uol.com.br/retorno-ao-trabalho-e-o-sono-do-bebe-como-fica/), viagens, doenças, separação dos pais, atritos com coleguinhas, ausência de um ente querido e outros podem interferir no sono da criança. Tenha muita paciência e ofereça-lhe sempre segurança, assim, gradualmente, a rotina pode ser restabelecida.
Resumindo
Saltos de desenvolvimento e picos de crescimento são eventos diferentes e sua cronologia não se sobrepõe perfeitamente, embora possam ocorrer concomitantemente.
Picos de crescimento tem a ver com alimentação (o bebê quer comer mais, inclusive a noite!) e os saltos tem a ver com desenvolvimento (o bebê pode querer comer e dormir menos).
A angústia de separação é uma fase muito crítica, talvez a mais crítica no desenvolvimento do ser humano. A partir do momento que bebês tomam ciência do mundo ao seu redor eles começam a formar relações importantes com as pessoas em suas vidas, aprendem rapidamente que certas pessoas são vitais para sua felicidade e sobrevivência, e sofrem angústias quando essas pessoas aparecerem e desaparecerem. Isso tem influência direto no seu sono, principalmente se a mãe retorna ao trabalho ou promove um desmame (ou outro tipo de separação) quando o bebê está passando pela ansiedade de separação.
Todos os fenômenos são importantes e podem alterar o sono do bebê. Mas é confortante saber que carinho, apoio, amor, colo, empatia e amamentação em livre demanda, independente da fase que se encontra, é o que o bebê precisa.
UM PLÁ SOBRE PICOS DE CRESCIMENTO
Afinal, o que significa "Growth Spurt"?
Poderíamos traduzir (não literalmente) como PICO DE CRESCIMENTO.

É um fenômeno que ocorre nos bebês e, no qual, estes solicitam mais mamadas do que de costume. Estas necessidades geralmente duram de poucos dias a uma semana, seguido de um retorno ao padrão menor de mamadas.
A mãe costuma sentir como se não desse conta de produzir leite em quantidade suficiente para o Bebê.
Períodos comuns destes "picos de crescimento" ocorrem por volta dos:
7 - 10 dias;
2 - 3 semanas;
4 - 6 semanas;
3 meses;
4 meses;
6 meses;
9 meses (em torno)
Os picos de crescimento não param no primeiro ano. Podem ocorrer no decorrer do crescimento da criança, incluindo, por exemplo, a adolescência.
Quanto mais o bebê mamar = mais leite produzirá no seio.
Estimule ambos os lados, esvaziando um lado para que depois passe pro outro seio.
Confie em sua produção. Seios murchos não significam menos leite.
Boa parte do leite é produzido na hora da mamada.
É normal, durante o pico de crescimento, que o bebê mame HORAS seguidas.
Fonte: http://www.kellymom.com/bf/normal/growth-spurt.html
UM PLÁ SOBRE SALTO DE DESENVOLVIMENTO
Bebês não se desenvolvem em um ritmo constante, e sim irregular.

No período que imediatamente antecede um salto de desenvolvimento o bebê repentinamente pode se sentir disperso à mudanças nos sistemas perceptivo e cognitivo que não foram adaptadas ainda no organismo.
Então na tentativa de readaptação, o bebê volta à base, ou seja, à mãe, o que reflete-se em períodos de maior carência afetiva, pedem mais colo, e com frequência afetam o sono e apetite.
Depois de algumas semanas essa fase difícil é superada, e o bebê demonstra ter habilidades novas.
Uma Cronologia aproximada dos períodos de crise é:
- 5 semanas / 1 mês
- 8 semanas / quase 2 meses
- 12 semanas / quase 3 meses
- 19 semanas / 4 meses e meio
- 26 semanas / 6 meses
- 30 semanas / 7 meses
- 37 semanas / 8 meses e meio
- 46 semanas / quase 11 meses
- 55 semanas / quase 13 meses
- 64 semanas / quase 15 meses
- 75 semanas / 17 meses
Nesse período, é esperado que o bebê:
- Procure ficar mais perto da MÃE, ou seja sua base de tudo, pois é o que ele conhece melhor;
- Fique mais carente, precisando de colo, segurança e orientação maternal de perto;
- Coma mal e durma pior;
- Pode pedir para mamar com mais frequência;
- Comece a fazer coisas que não fazia antes da crise tal como rir, sentar, engatinhar, interagir...
- Demonstre felicidade com o final da crise e superação do desenvolvimento adquirido.
Essa fase difícil passa, e tudo volta a normalidade, na mesma naturalidade que iniciou.
Então, durante as crises, é só ter um pouco de paciência, carinho, cumplicidade... que logo logo passa...

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